Farmácia da alma...

Nietzche

Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.

Sem a música, a vida seria um erro.

Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma gargalhada!


Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens.




Soren Kierkegaard

A porta da felicidade abre só para o exterior; quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais.

O casamento feliz é e continuará a ser a viagem de descoberta mais importante que o homem jamais poderá empreender.

Enganar-se a respeito da natureza do amor é a mais espantosa das perdas. É uma perda eterna, para a qual não existe compensação nem no tempo nem na eternidade: a privação mais horrorosa, que não é possível recuperar nem nesta vida... nem na futura!

Ame profunda e apaixonadamente.

Sinto, logo sou...



Sócrates


Meu conselho é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma esposa ruim se tornará um filósofo.

Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolver em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos.

Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida.

Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses.

Aquele a quem a palavra não educar, também o pau não educará.

O que deve caracterizar a juventude é a modéstia, o pudor, o amor, a moderação, a dedicação, a diligência, a justiça, a educação. São estas as virtudes que devem formar o seu caráter.

O homem faz o mal, porque não sabe o que é o bem.

O verdadeiro conhecimento vem de dentro.

Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
O ideal no casamento é que a mulher seja cega e o homem surdo.





Platão

Quem ama extremamente, deixa de viver em si e vive no que ama.

A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.

A parte que ignoramos é muito maior que tudo quanto sabemos.

O cansaço físico, mesmo que suportado forçosamente, não prejudica o corpo, enquanto o conhecimento imposto à força não pode permanecer na alma por muito tempo.

Só pelo amor o homem se realiza plenamente.

Uma vida não questionada não merece ser vivida.

Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa.

Não há ninguém, mesmo sem cultura, que não se torne poeta quando o Amor toma conta dele.

Tente mover o mundo - o primeiro passo será mover a si mesmo.

O livro é um mestre que fala mas que não responde.

Onde não há igualdade, a amizade não perdura.

Os olhos do espírito só começam a ser penetrantes quando os do corpo principiam a enfraquecer.

Todo homem é poeta quando está apaixonado.

O que o homem pode fazer de melhor para a sua felicidade é pôr-se em harmonia constante com Deus por meio de súplicas e orações.

Não há nada de errado com aqueles que nãogostam de política, simplesmente serãogovernados por aqueles gostam.

Vencer a si próprio é a maior das vitórias.

"Aprender é mudar posturas"

E o capitalismo...



Novo modelo de sociedade



Escrito por Frei Betto
18-Abr-2009

Ao participar do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, a 15 de abril, no Rio, indaguei: diante da atual crise financeira, trata-se de salvar o capitalismo ou a humanidade? A resposta é aparentemente óbvia. Por que o advérbio de modo? Por uma simples razão: não são poucos os que acreditam que fora do capitalismo a humanidade não tem futuro. Mas teve passado?

Em cerca de 200 anos de predominância do capitalismo, o balanço é excelente se considerarmos a qualidade de vida de 20% da população mundial que vivem nos países ricos do hemisfério Norte. E os restantes 80%? Excelente também para bancos e grandes empresas. Porém, como explicar, à luz dos princípios éticos e humanitários mais elementares, estes dados da ONU e da FAO: de 6,5 bilhões de pessoas que habitam hoje o planeta, cerca de 4 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza, dos quais 1,3 bilhão abaixo da linha da miséria. E 950 milhões sofrem desnutrição crônica.   

Se queremos tirar algum proveito da atual crise financeira, devemos pensar como mudar o rumo da história, e não apenas como salvar empresas, bancos e países insolventes. Devemos ir à raiz dos problemas e avançar o mais rapidamente possível na construção de uma sociedade baseada na satisfação das necessidades sociais, de respeito aos direitos da natureza e de participação popular num contexto de liberdades políticas.

O desafio consiste em construir um novo modelo econômico e social que coloque as finanças a serviço de um novo sistema democrático, fundado na satisfação de todos os direitos humanos: o trabalho decente, a soberania alimentar, o respeito ao meio ambiente, a diversidade cultural, a economia social e solidária, e um novo conceito de riqueza.

A atual crise financeira é sistêmica, de civilização, a exigir novos paradigmas. Se o período medieval teve como paradigma a fé, o moderno a razão, o pós-moderno não pode cometer o equívoco de erigir o mercado em paradigma. Estamos todos em meio a uma crise que não é apenas financeira, é também alimentar, ambiental, energética, migratória, social e política. Trata-se de uma crise profunda, que põe em xeque a forma de produzir, comercializar e consumir. O modo de ser humano. Uma crise de valores.

Desacelerada a ciranda financeira, inútil os governos tentarem converter o dinheiro do contribuinte em bóia de salvação de conglomerados privados insolventes. A crise exige que se encontre uma saída capaz de superar o sistema econômico que agrava a desigualdade social, favorece a xenofobia e o racismo, criminaliza os movimentos sociais e gera violência. Sistema que se empenha em priorizar a apropriação privada dos lucros acima dos direitos humanos universais; a propriedade particular acima do bem comum; e insiste em reduzir as pessoas à condição de consumistas, e não em promovê-las à dignidade de cidadãos.

Há que transformar a ONU, reformada e democratizada, no fórum idôneo para articular as respostas e soluções à atual crise. Urge implementar mecanismos internacionais de controle do movimento de capitais; de regular o livre comércio; de pôr fim à supremacia do dólar e aos paraísos fiscais; e assegurar a estabilidade financeira em âmbito mundial.

Não haveremos de encontrar saída se não nos dermos conta de que novos valores devem ser rigorosamente assumidos, como tornar moralmente inaceitável a pobreza absoluta, em especial na forma de fome e desnutrição. É preciso construir uma cultura política de partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano, e passar da globocolonização à globalização da solidariedade.
As Metas do Milênio e, em especial, os sete objetivos básicos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, de 1995, devem servir de base a um pacto para uma nova civilização: 1) Escolaridade primária universal; 2) Redução imediata do analfabetismo de adultos em 50%; 3) Atenção primária de saúde para todos; 4) Eliminação da desnutrição grave e redução da moderada em 50%; 5) Serviços de planificação familiar; 6) Água apta para o consumo ao alcance de todos; 7) Créditos a juros baixos para empresas sociais.

A experiência histórica demonstra que a efetivação dessas metas exige transformações estruturais profundas no modelo de sociedade que predomina hoje, de modo a reduzir significativamente as profundas assimetrias entre nações e desigualdades entre pessoas.

Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de "O desafio ético" (Garamond), entre outros livros.

O Pequeno Príncipe


Esse é um livro que mudou radicalmente a minha vida e sei, que a de muitas outras pessoas. Não dá pra continuar sendo igual depois que se descobre que "o essencial é invisível aos olhos", que "só se vê bem com coração" , que "amar não é olhar um para outro e sim ambos olharem para a mesma direção"...



Contem aqui algo que, de uma maneira ou de outra, mudou em sua vida após essa viagem no mundo do Pequeno Príncipe.

A importância da amizade...


Quantas vezes, em nossa juventude, nos traímos em pensamento, divagando sobre a necessidade e a importância das pessoas, de amigos e amigas na construção de nossa identidade, de nossa personalidade e de nosso projeto de vida!

Uma “traição construtiva”. Ainda que queiramos nos afirmar “auto-suficientes”, a vida da gente nos ensina certas coisas que só o coração pode explicar. Ou melhor, só dá para explicar de coração. Ou será que só é possível explicar ao coração?

Por detrás de nossas “fortalezas edificadas”, brilha sempre - fogosa, ardente excitante - a busca eterna do sentido de ser, de sondar as profundezas dos ideais, das angústias, de conhecer... Mesmo que abafemos seu brilho, resfriemos seu calor... no descuido, ela está lá. Do jeito que a deixamos, no ponto onde paramos...

Há dentro de nós um “princípio” que nos move ao diálogo, ao relacionamento, à participação, ao encontro: a amizade. A necessidade de descobrirmos “O Diferente” que existe em cada pessoa. Quando me descubro em mim, já sou eu em ti e tu em mim! Distantes muitas vezes, ausentes nunca, jamais é tarde para o encontro, para a conversa. “Um tempo sem fronteiras, fantasias pelo ar, o mundo é meu, é só deixar...” (Flávio Vezzoni).

Para isso, não é difícil perceber que há sempre muito mais para se caminhar do que todo o percorrido. Ao longo de toda a vida, a busca de sentido fundamental da existência vai-se assemelhando a “cavar um buraco em água!” Constitui-se simultaneamente numa decepção e numa alegria. Decepção por nunca ver aumentar a profundidade do buraco. Alegria por saber que, por mais que se “cave”, sempre haverá muito mais água chegando para tomar o lugar daquela que foi retirada” “Prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. (Raul)

Por esta razão torna-se tão importante a participação e o envolvimento em grupos de referência. Seja em grupos para esportes, de música, de estudos, teatro, grupos de jovens... a “turma” é que marca nossa juventude. É a “água nova” preenchendo o espaço do que julgamos já ter conseguido alcançar. O grupo reproduz uma sociedade em miniatura. É um laboratório de sociedade, espaço de participação, de individualidade e coletividade pedagógicas na nossa formação. Nos desacomoda, projeta, conquista.

Fundamental é a amizade

A amizade deve ser buscada. Ela ou é verdadeira, ou não é amizade. É manifestação da alma perscrutando o infinito, fugindo à distância e ao tempo, criando eco na pessoa do outro, da outra, unindo culturas, línguas, religiões... comprometendo, sonhando!

“Sonho que se sonha só, é ilusão!” Em grupo é diferente! Nem melhor, nem pior. O diferente é simplesmente diferente. Por si próprio. O grupo torna “pessoa, os anseios e projetos conhecidos nas relações de “seres em rotação universal”. “O novo” que brota, é sacramento da busca eterna. Ao final, o que há de ficar serão os semblantes, as confidências, as pessoas...

“Mas quem cantava, chorou ao ver seu amigo partir. Mas quem ficou, num pensamento voou, com seu canto que o outro lembrou. E quem voou no pensamento ficou com a lembrança que o outro cantou” (Milton).

Poetizar...


Poetizar é cantar com as letras,
é escrever com mão e pena
é extravasar a alma que não é pequena.
Poetizar é libertar-se de um mundo arredio,
de um pedaço que causa frio é entender a alma que quer viver.

Poetizar é jogar-se no limo,
é sentir o escorregar de versos fluindo
depois ler e ficar rindo.

Poetizar é sair do corpo,
é voar com asas entre as margens perdidas do ser.

Poetizar é reencontrar-se,
com o passado
com o presente
com o futuro
com o tudo do tudo
com o nada do nada.

Poetizar é escrever e fazer viagem,
é dizer ser libertinagem
é ser gente e ter coragem ...

Tú te tornas responsável por aquilo que cativas...




Esta frase de Saint Exupéry imortalizada no romance O Pequeno Príncipe é bastante oportuna para a o dia da amizade (20 de julho).

Pensemos num jardineiro. Inicialmente ele está eufórico para plantar novas sementes, que haviam acabado de chegar. Tanta euforia era explicado pelo fato de dali a alguns dias brotarem novas flores, que ainda não existiam em seu jardim. Entretanto, bastaram alguns dias para que a efervescente vontade cedesse lugar à ociosidade e à omissão. Desistiu. Preferiu dar atenção às outras flores, que, por já estarem crescidas, não exigiam tanto cuidado e atenção.

Quantas vezes em nossa vida nos comportamos como um jardineiro omisso e ocioso! Conquistamos pessoas, semeamos relacionamentos, mas deixamos de lado no início da germinação. Nos acomodamos diante da laboriosa empresa de cultivar verdadeiras amizades. E para nos isentar deste aborto e da inércia, costumamos colocar a culpa no tempo (ingratidão nossa, pois o tempo é, ao contrário do que imaginam os ociosos, um solidificador de relacionamentos).

Plantemos sementes e jamais deixemos de cuidar delas. Um dia estas sementes serão imensas árvores, cujas folhas servirão de sombra em dias escaldantes.

O verdadeiro valor da vida


A vida é cheia de mistérios, coisas que nós não conseguimos desvendar, se não refletirmos um pouco, principalmente sobre as perguntas que, freqüentemente, surgem no nosso cotidiano: porque que estamos aqui? Qual é a nossa missão? Qual é o verdadeiro valor dessa vida? Quais os atos que podem concorrer para se mudar o mundo para melhor?

Se pararmos para pensar um pouco mais sobre isso, veremos que a primeira coisa que vem à nossa mente é que a vida é feita de coisas materiais, como a necessidade de possuir dinheiro, para adquirirmos bens, como jóias, automóveis, imóveis etc, mas esse ainda não é o verdadeiro valor da vida.

Por que nós nos preocuparmos com riquezas, se, em muitos lugares, as pessoas não possuem, absolutamente, nada para comer, nem mesmo um lugar para morar?

O verdadeiro valor da vida é Você estar em paz com todos, é você não medir esforços para ajudar a quem precisa de amparo, é Você dizer não à guerra, à violência, é você respeitar a todos, para que possa, também, ser respeitado.

Muitos acham que uma arma serve como proteção, mas, essa mesma arma pode tirar a vida de uma pessoa inocente, que achava que o mundo seria melhor se tivesse mais paz.

Não vamos julgar as pessoas pelo seu modo de ser, temos que respeitar e saber valorizar suas vidas, pois são tão valiosas quanto a nossa.

Podemos comparar essa situação com a de uma rosa, para a qual só olham quando desabrochada. Entretanto, o botão da rosa carrega toda uma beleza e ternura, mesmo antes de desabrochar: Você mesmo é quem faz o seu próprio jardim de flores e de paz.

Não há nada melhor do que Você acordar todos os dias e ver o sol da manhã, sentir o vento batendo no seu rosto, agradecer a Deus por mais um dia, pedir proteção, não só para si mesmo, mas para todas as pessoas, mesmo para aquelas que você não conhece, ajudar a todos e transmitir a paz, sendo elo de uma corrente mundial.

Na luta para adquirir a paz, e repassá-la para às outras pessoas, há sempre pessoas para te dar uma mão, para te ajudar, e, quando você conseguir, será recompensado, não com bens materiais, mas com a consciência tranqüila, de que o mundo ficará bem melhor, passando essa paz a ser um bem de todos os povos, de todas as nações, e, assim, o nosso planeta passará a ser um “jardim “ de felicidades.


Gabriel Rodrigues Morais,
Parnamirim - RN

Otimismo


Não lamente aquilo que passou

E nem chore o que o tempo desfez

Repare que o vento que foi nunca voltou

Mas um novo vento sempre sopra outra vez...


Não fique triste se ainda não conseguiu

Ser grande como tanta gente no mundo

Pois a estrela tão pequena que você nem viu

Também ajuda a iluminar o céu profundo...


Não pense que as coisas são impossíveis, nem o amor

E nunca desista de todo dia sempre lutar

Pois quando o outono derruba uma flor

A primavera coloca outra no lugar...



Não acredite que a vida é só amargura

E que as coisas nunca vão mudar

Repare que depois de uma noite escura

O sol volta de nova a brilhar...

E se tudo deu errado siga em frente

É preciso conformar sem ficar sofrendo

Pois o amor é como uma semente:

Se não der frutos acaba morrendo...



de Paulo Ascânio de Sousa

Boa Esperança - MG

Filosofar...


Filosofar é a arte de pensar

aprender

esforço

duvidar

entender

espaço.

Filosofar é experimentar

Conhecer o vazio interior

Preenche-lo de entendimento

Sua essência é questionar

Seu caráter é o amor

A sabedoria ultrapassa o conhecimento.

Filosofar é atividade

Analisa o fator existencial

Se estabelece pela razão

Busca a verdade

Usa o particular e o universal

Para chegar à conclusão.

Filosofar é refletir a grandeza

É tomar consciência

Transformar a miséria humana

A vida tem sua natureza

Apresenta referência

Confere e irmana.


José Damião Limeira

A arte de viver


Viver é se aproximar e, ao mesmo tempo, livrar-se de si mesmo, de angústias e egoísmos.


Viver é um dom magnífico.

Viver é participar desta misteriosa matemática de sincronização do universo: o mortal desfrutando de experiências materiais numa concessão espiritual.

Viver é transcender através da participação na história, pelas marcas deixadas no caminho, no resplandecer de gerações que se sucedem.

Viver é mobilizar e envolver-se para afastar comportamentos que empobrecem a participação na vida, buscando valores e refazendo idéias que desbotam a aventura de sobreviver, em meio ao disparate humano na conquista do impossível.

Viver é proporcionar, reabastecendo-se no manancial da fé, inundando a vida com todas as possibilidades de cada dia. É investir minutos e minutos, colorindo de esperança as horas. É aprender com as manhãs a iluminar obstáculos, não se importando com a escuridão da noite. "Basta a cada dia o seu mal".

Viver, lutando, incessantemente, para desarmar veículos que levam à violência. Fazer do comportamento um elo que une as pessoas umas às outras para formar a grande corrente de otimismo. A força nascerá e há de acontecer o milagre para o qual o homem foi criado: viver no paraíso.

Viver com alegria e na certeza de ser útil, como fiel mordomo do seu próprio corpo, oferecendo-o em holocausto para a felicidade daqueles que compõem este painel de realidades. Viver é, sobretudo, preservar. É educar-se para viver em harmonia com o tempo e o espaço, coordenando fantasias e verdades para o equilíbrio e a razão.

Viver e não interromper a apoteose fantástica das flores se abrindo nem desafinar o grandioso coral de pássaros no espetáculo gratuito diário que extasia a humanidade.

Viver e preservar rios mares, cuidando dos animais, porque fazem parte do equilíbrio da vida.

Viver no firme propósito de melhorar todo dia: no grupo de amigos, na família, no trabalho, disposto a assumir o compromisso de colocar um mosaico na construção da paz, para viver experiências de melhores dias.


Ivone Boechat

A ditadura da beleza


Nós, mulheres, durante muito tempo batalhamos pelo direito de sermos livres, de opinar, pelo direito de votar, etc... Mas hoje, não estamos totalmente livres, vivemos aprisionadas num mundo criado pela nossa imaginação, onde vivemos angustiadas e infelizes. Suicidaram nossa auto-estima, mas será que nós não somos o principal suspeito? Vivemos algemadas pelos padrões de beleza, presas às imagens que gravamos em nossa mente das modelos magérrimas apresentadas na mídia, na qual nos estimula um desejo de possuirmos as mesmas curvas, o mesmo cabelo, as mesmas pernas, o mesmo rosto e isso nos leva a cometermos suicídio com nossa próprio auto-estima, não temos mais vontade de viver, pois vivemos presas àquela imagem, tornando um vício, na qual faz-nos cometer loucuras.

Quantas adolescentes hoje possuem anorexia e bulimia? Todas com o mesmo objetivo, de possuir um corpo perfeito, mas será que esse corpo é realmente perfeito? Será que aquelas modelos são realmente felizes? Ou elas vivem presas nesse mundo por não conseguirem mais sair dele e por terem medo de realmente se conhecerem? Hoje, a maioria de nós, olhamo-nos no espelho e valorizamos mais nossos defeitos que nossas qualidades. Nunca nos elogiamos! Nos aprofundamos cada vez mais nesse mar de angústia, nos tornando escravas da ditadura da beleza e depois ficamos perdidas num mundo que só valoriza a imagem, perdemos a noção e só percebemos nossos defeitos.

Sempre fomos escravas da beleza, vivemos nos comparando aos outros, nos massacrando na frente do espelho. Quantas histórias conhecemos de mulheres que foram discriminadas por homens por não estarem no padrão de beleza, que foram desprezadas na pior das rejeições?

Em muitas vezes na história, os que mais nos desprezavam foram os que mais sujaram a história, com os assassinatos, estupros, adultérios... Só houve um único homem que valorizou a mulher, como nenhum outro homem havia valorizado, o Mestre dos Mestres, Jesus Cristo, que nos defendeu, que fez das prostitutas, rainhas, das desprezadas, princesas, e enxergou o grande valor que a mulher tinha, não importando com quantos homens ela dormia, mas a sensibilidade que ela possuía.

Nossa imagem, é muitas vezes vista como objeto de uso, um símbolo sexual. É preciso que nós enxerguemos pessoas maravilhosas ao olharmos no espelho, mesmo que estejamos fora do padrão de beleza. Pois somos belas, cada uma com um dom único e isso é que interessa. É necessário que as pessoas enxerguem no próximo, não sua aparência, mas sua inteligência e sensibilidade, pois beleza está nos olhos de quem vê, e ela é só um estado de espírito. Vamos ser atores principais de nossa história. Joguemos pro alto tudo que sufoca nossos sonhos, vamos expor metas em nossas vidas e libertar nossa auto-estima. Não vamos ao salão de beleza para ficarmos bonitas e sim, para ficarmos mais bonitas. Vamos jogar fora a imagem do corpo perfeito e criar a imagem de como nós somos, nos aceitando e criando uma história de amor com nós mesmos.

Alessandra Vieira Fernandes,