Frases e trechos do livro "A Desobediência Civil" de Henry Thoreau

“[...] o governo é uma conveniência pela qual os homens conseguem, de bom grado, deixar-se em paz uns aos outros, e, como já se disse, quanto mais conveniente ele for, tanto mais deixará em paz seus governados.”

“Penso que devemos ser homens, em primeiro lugar, e depois súditos. Não é desejável cultivar pela lei o mesmo respeito que cultivamos pelo direito. A única obrigação que tenho o direito de assumir é a de fazer a qualquer tempo aquilo que considero de direito.”

“A grande maioria de homens serve ao Estado desse modo, não como homens propriamente, mas como máquinas, com seus corpos.”

“Estamos acostumados a dizer que a massa dos homens é despreparada, mas o progresso é lento porque a minoria não é substancialmente mais sábia ou melhor do que a maioria.”

“Há novecentos e noventa e nove defensores da virtude para cada homem virtuoso.”
“Vim a este mundo não, principalmente, para fazer dele um bom lugar para se viver, mas para viver nele, seja bom ou mau.”

“[...] não importa quão limitado possa parecer o começo: aquilo que é bem feito uma vez está feito para sempre.”
“Num governo que aprisiona qualquer pessoa injustamente, o verdadeiro lugar de um homem justo é também uma prisão.”

“Deves viver contigo e depender só de ti, sempre arrumado e pronto para partir, e não ter muitos negócios.”

“[...] o Estado nunca enfrenta intencionalmente a consciência intelectual ou moram de um homem, mas apenas seu corpo, seus sentidos. Não está equipado com inteligência ou honestidade superiores, mas com força física superior.”

“Se uma planta não consegue viver de acordo com sua natureza, ela morre, e assim também um homem.”



Henry David Thoreau (1817-1862) foi um filósofo, naturalista e poeta estadunidense. Caminhante solitário e defensor da Natureza, se isolou do convívio social por parte de sua vida. Sua obra antecipa preocupações ambientais e ecológicas. Ativista anti-impostos, foi preso por sonegação. Na prisão, escreveu esse livro em 1849, defendendo a desobediência civil como oposição legítima a um Estado injusto e autoritário. Nas mãos de Gandhi, esse livro o influenciou a derrubar um império. Embora os escritos de Thoreau tenham influenciado de anarquistas a ecologistas, o autor preferia não se definir sob nenhuma classificação política.

Tributo aos militantes

Esse texto é para louvar e agradecer à militância. Para tanto, escolhi um dos nossos “paradigmáticos”. Um militante que nessa luta foi extraordinário: José de Abreu. O cidadão, não o ator. Foi estimulante, comovente testemunhar a dedicação, a entrega desse homem à nossa causa.

- por Lula Miranda, na Agência Carta Maior

Nós vencemos. Eles perderam. Simples assim. Aproveitemos à exaustão o deleite e as delícias dessa sagrada vitória. Não lhes daremos “o gosto” de um suposto e extemporâneo “terceiro turno”. Não tripudiaremos, decerto, pois não é da nossa índole. Porém tampouco aceitaremos ou permitiremos que tentem macular nossa alegria, nossa folia, novamente, com suas infâmias, com esse abjeto racismo e separatismo que agora nos oferecem em sua bandeja de misérias. Não. Esse lixo não nos serve. Esse lixo não serve ao Brasil que ora, com muito zelo, construímos. Vivemos num Estado de Direto. As instituições darão conta desses infames.

Para que fique bem claro, de uma vez por todas: quem somos “nós”, quem são “eles”. Nós somos os “militantes da utopia”, os “justos”, generosos, fraternos, humanistas; somos os guardiões e militantes de uma causa que preconiza mais distribuição de renda, mais Bolsa Família, mais empregos, Luz para Todos, mais Minha Casa Minha Vida,uma maior presença do Estado na economia, mais investimentos em infra-estrutura e saneamento básico, saúde, educação e segurança, mais cidadania.

Repito, mais uma vez, para que fique cristalino: nós vencemos. O nosso projeto foi aprovado pela maioria esmagadora dos brasileiros, de Norte a Sul; do Nordeste ao Sudeste. Dilma Vana Rousseff foi eleita a primeira mulher presidente da República do Brasil. Dará continuidade e, mais que isso, aperfeiçoará o legado de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente-operário.

Já eles, os perdedores, em sua esmagadora maioria, são/representam a “vanguarda do atraso”, o fundamentalismo religioso, o ódio, todo tipo de preconceito, o separatismo, a privatização, ou seja, a entrega do Estado a interesses privados, o cruel “higienismo” contra os desassistidos. Representam, pois, o destampatório de todo mal, a Pandora inesgotável – como bem registrou em artigo o meu valoroso conterrâneo Leandro Fortes. Eles simbolizam os “bichos escrotos” que solertes saíram dos esgotos, das sombras com a pretensão de arruinar a nossa festa e, por conseguinte, o nosso projeto de um país para todos os brasileiros.

Mas não conseguiram. A esperança venceu o medo, novamente; a verdade venceu a mentira, com altivez e galhardia. A catequese amorosa, que é inerente a nossa natureza, e que aperfeiçoamos com Leonardo Boff, Frei Betto e tantos outros, venceu sobejamente a pregação odienta dos nossos antagonistas. Nós vencemos – nunca é demais reiterar. Nós vencemos!

Vencemos [palavra saborosa], sobretudo, graças a nossa militância: fraterna, valente, aguerrida, desinteressada, pois idealista, amorosa. Foi emocionante rever/reconhecer os companheiros nas ruas de todo o país, panfletando, agitando as bandeiras da Dilma com fervor cívico, como há muito não se via. Como - ou melhor, por quê?! - não chorar diante daquela histórica manifestação de apoio dos artistas e intelectuais no Teatro Casagrande no RJ? Ou na manifestação dos juristas e professores na PUC-SP ou dos intelectuais e professores no campus da USP, por exemplo? E os cem mil com Lula em Pernambuco?! Como segurar as lágrimas ao ouvir a declaração de apoio de Marilena Chauí? Como não vibrar com o discurso flamejante de Luiza Erundina? Não tenho dúvida: os melhores estavam (e sempre estarão) do nosso lado. Caminharemos juntos, sempre em frente, buscando um auspicioso/generoso porvir.

Mas esse texto é para louvar e agradecer à militância. Para tanto, escolhi um dos nossos “paradigmáticos”. Um militante que nessa luta foi extraordinário: José de Abreu. O cidadão, não o ator. Foi estimulante, comovente testemunhar a dedicação, a entrega desse homem à nossa causa. Vê-lo nas ruas, em sua pregação afetuosa no twitter ou mesmo no 1º Encontro dos Blogueiros Progressistas. Não à toa esteve no palco na noite da vitória em Brasília – chorava copiosamente –, não simplesmente na condição de “papagaio de pirata” da presidente eleita, mas nos representando, militantes que fomos/somos . O Zé ali era “nós na fita”. Ah, o Zé Bigorna foi sensacional, singular.

Os blogueiros progressistas [prefiro, você bem o sabe, “de esquerda”] também tiveram um papel fundamental – assim como seus leitores e comentaristas. Alguns jornalistas também se recusaram a se associar aos infames sabujos da velha mídia e não se omitiram. Cito aqui alguns deles, jornalistas, blogueiros, leitores/comentaristas, como uma forma de registrar o nosso agradecimento e homenagem: Rodrigo Vianna (fundamental!), Altamiro Borges (grande Miro!), Luis Carlos Azenha (a sagacidade em pessoa), Eduardo Guimarães (incansável), Paulo Henrique Amorim (um guerreiro!), Luis Nassif, Brizola Neto, Renato Rovai (o que mais “furou”, digo, deu em primeira mão,resultados de pesquisas), Deputado Paulo Teixeira, Miguel do Rosário, Maringone, “Seu Cloaca”, André Lux, Jorge Furtado, Idelber Avelar, Celso Lungaretti, Conceição Oliveira, Argemiro Ferreira, Izaías Almada, Marcelo Sales, Flávio Aguiar, Palhares, Emir Sader (o nosso “emir”), Gilson Caroni Filho (um virtuose da “logopéia”), Antônio Martins (outro virtuose), Venício Lima, Laurindo Leal Filho, Mino Carta, Bob Fernandes, Marco Aurélio Mello, Luis Favre, Maurício Thuswohl, Maria Frô, “Na Maria”, Marco Weissheimer, Leonardo Sakamoto, Francisco Carlos Teixeira, Luis Carlos Lopes, Maria Inês Nassif, pessoal do blog Amigos do Presidente, Grupo Beatrice, equipe do Observatório da Imprensa, pessoal da Rede Brasil Atual, pessoal da Caros Amigos, Stanley Burburinho, Gunter Zibell, Professor Hariovaldo, Malu Marcondes Ferreira, Guimarães s v, Messias Franca (de Feira de Santana, Bahia)...

São tantos os nomes/talentos que se irmanaram nessa nossa vitória que dá um orgulho danado de estar ao lado dessa gente tão valorosa. Não dá não?

São tantos os nomes desse nosso aguerrido “exército”. Mas certamente faltou elencar o seu, estimado leitor. Portanto, caso seu nome ainda não conste dessa minha imperfeita lista [na verdade, um rascunho inicial], é só subscrever abaixo, pois, ao final, complementarei esse elenco de nomes/talentos e farei um poema-objeto (um cartaz virtual, algo assim) com o registro de todos que, de alguma maneira/forma, contribuíram para essa vitória da cidadania; seja como militante nas ruas, seja como jornalista, articulista, blogueiro (“sujo” ou “limpinho”), como leitor, comentarista etc. Qualquer maneira de entrega/dedicação valeu a pena - literalmente.

Se você é um dos nossos, um dos vitoriosos, subscreva abaixo.

Parabéns! Você ajudou a vencer a infâmia, o ódio, a maledicência. Parabéns! Você ajudou a eleger a primeira presidente do Brasil!

Receba os meus/nossos sinceros cumprimentos e agradecimentos. Celebre bastante até o dia da posse. Não se deixe incomodar pelos desmancha-prazeres [os que, insanos, clamam por um 3º turno]. Certamente nos encontraremos novamente em Brasília.

A luta, porém, sabemos, não acaba nunca. Afinal, nunca é demasiado lembrar, militamos em nome da utopia.

Viva a Dilma! Viva Lula! Viva o Brasil!

Lula Miranda é poeta e cronista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda.

Retirado do Blog Tudo em Cima de André Lux. Confira http://tudo-em-cima.blogspot.com/2010/11/lula-miranda-tributo-aos-militantes.html

Entenda porque eles odeiam o ENEM. Precisa explicar?


Eterna novidade do mundo














Eterna novidade do mundo


Viver é coisa sem rumo, desvairada...
Viagem sem volta, labirinto, vala.
É patinar no gelo fino,
é geleira, ao mesmo tempo, rio.


Depois nada, depois cansa.
Alguém socorre e após isso,
hipotecamos a própria vida
e vamos vivendo, consignadamente...

Minhas coisas possuem obsolecência,
Minhas verdades influências,
Meu nariz não tem dono,
imaginem então meu coração!

E assim vou vivendo,
buscando inconscientemente a felicidade.
Os dias são como queda em poço sem fundo,
viva a eterna novidade do mundo!


Autor: Alexandre Fernandes

Miotopia

Em homenagem a todos os míopes diagnosticados oftamologicamente
e também aos míopes que mesmo não sendo, insistem em ver a vida de
outra maneira.



MIOTOPIA


Passava naquela rua,

E toda vez, admirava aquela lua.

Estava sempre cheia

Mas como?



Algo me atraia

E então eu ia,

Admirar aquela maravilha.

E dizia: Que lua linda!



Até que um dia coloquei meus óculos

E aquela “lua” se transformou em tédio

Aquilo que eu via, era apenas o relógio

Grande e luminoso no alto do prédio.



Depois pensei: Que engraçado!

O quanto eu fui feliz mesmo enganado.

Eu aqui desperdiçando a vida atrás de certezas

Enquanto minha miopia contemplava a beleza.



Alexandre

Sem “inimigo”, movimento estudantil tem baixa adesão

















Da resistência à ditadura nos anos de chumbo às acanhadas manifestações no século 21, o movimento estudantil brasileiro mudou de cara. O desafio é tentar driblar a apa­­­­­tia juvenil para fazer jus ao seu DNA: lutar contra o sucateamento do ensino e se posicionar frente às reivindicações da política nacional.



Em um discurso com predomínio do tom antineoliberal, jovens empunham a bandeira da educação em passeatas, debates e congressos, nos quais não deixam para trás reivindicações que passam pelo meio ambiente, o debate em torno do pré-sal e o combate à corrupção. No entanto, as iniciativas não escondem a baixa adesão de estudantes e o esvaziamento do movimento.



“Os jovens não são incentivados para a participação na esfera política e, mesmo convocados, omitem-se ou demonstram desafeição pela política”, diz a cientista política Rosana Nazzarie, professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).



Para Rosana, o movimento estudantil é importante porque incentiva a participação futura e consciente dos jovens em esferas decisórias mais amplas, incluindo a política nacional.

Os próprios estudantes reconhecem que o maior desafio do movimento passa pela adesão. Para o presidente da União Paranaense de Estudantes (Upes), Paulo Moreira da Rosa Júnior, a situação do movimento estudantil hoje é diferente do passado porque as formas de mobilização estão divididas. Há estudantes atraídos por ONGs e outras entidades, ao contrário de décadas anteriores, quando a concentração maior era no próprio movimento estudantil.



No Paraná, o movimento estudantil voltou à cena este ano, quando se uniu a milhares de pessoas para cobrar transparência e ética dos deputados estaduais. Mas não é somente em momentos como este que os estudantes estão presentes. Para o presidente da União da Juventude Socialista (UJS) de Maringá, Lucas Okado, de 23 anos, por mais que o movimento estudantil não esteja em evidência na maior parte do tempo, ele nunca deixou de ser combativo e organizado. “Na UEM nós temos cerca de 50 cursos, quase todos com centros acadêmicos ativos, discutindo e reivindicando a melhoria do ensino”, diz.



Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEM, Stephano Nunes, 20, o movimento estudantil age de forma dinâmica. “Nós agimos prestando assistência estudantil, fazendo enfrentamento político, enfim, nos engajamos em prol de uma formação acadêmica de qualidade e de uma sociedade mais democrática”.



O presidente da União Lon­­­dri­­­nense dos Estudantes (Ules), André Fabio Lopes, 20, também acredita que o movimento estudantil continua sendo um poderoso instrumento de formação cidadã: “Eu não concordo quando dizem que o movimento está parado. Na verdade, temos formas de nos organizar diferentes das décadas passadas”, explicou Lopes.



Interesse



Quando o jovem é interessado nas questões políticas, o desejo de participação começa cedo. Messias Dídimo Andrade, 17 anos, é um exemplo. Ele cursa o 3.º ano do ensino médio e está ligado às reivindicações juvenis. Participa de eventos dos Conselhos da Criança e Adolescente e teve a iniciativa de formar um grêmio estudantil no colégio Dobrandino Gustavo da Silva, em Foz do Iguaçu. Este ano, Messias foi um dos três paranaenses eleitos para participar do Parlamento Juvenil do Mercosul. “O interesse político dos estudantes é bem fraco. Mas quando tem algo mais dinâmico a participação é boa”, avalia.



Para o historiador da UEM Reginaldo Dias, os grupos não eram mais fortes nas décadas passadas. “Considero apenas que era diferente. O país mudou. A pauta mudou. As formas de atuação devem ser coerentes com o am­­­biente institucional. Na época da ditadura, era uma luta maniqueísta e a pauta era bastante ampla”. Para o professor, não se deve ter a ilusão de que, naquela época, todo mundo era contestador e gostava de se mobilizar. Como as ações eram naturalmente ruidosas, criava-se essa impressão.