A política dos velhos coronéis


Por Alexandre Macedo
(Texto publicado no Jornal 'A cidade" de Capelinha-MG)



Falar em política, muitas vezes, gera até desânimo por parte daqueles que sonham em fazê-la acontecer de forma honesta e em benefício do povo. Já ouvi muitos dizerem: “Desisto! Isso é coisa de gente suja!” “Não tem jeito, ninguém muda isso!”. É tarefa importante a cada cidadão pensá-la de outra forma. Diz o ditado: “A audácia dos maus se alimentam da covardia dos bons.

Particularmente, queria poder não opinar sobre ela e viver a vida bem quieto no meu “quadrado”. Mas, infelizmente, entendi que não é assim que a sociedade funciona. Todos os avanços sociais dependem diretamente da política, ao contrário disso, só poderemos continuar reunindo algumas cestas básicas à famílias carentes, reproduzindo assistencialismos que não mudam a vida de ninguém. Chega!

Vivemos sob regime de uma tal “democracia representativa” no qual elegemos pessoas de nossa confiança que vão administrar o dinheiro recolhido dos nossos impostos (água, luz, alimentos, telefone, IPVA, IPTU, ICMS,etc.). Mas, geralmente, as coisas não acontecem como deveriam.

Vivemos no Vale do Jequitinhonha, região que lá fora é reconhecida como o “Vale da miséria”. Não gostamos de sermos vistos assim, mas é a pura verdade. É miserável sim! Miserável devido aos vícios da velha politicagem  que vigoram nas nossas cidades. Politiqueiros que fazem da política um jogo de interesses particulares esquecendo-se das necessidades do povo.
São amadores que fazem do coronelismo e clientelismo suas formas de governo. Dizendo assim, não pretendo culpar ninguém diretamente, mas se a carapuça servir, que vistam!

Já dizia o filósofo Rousseau que “a política é arte da construção da vontade geral”, para isso, é preciso nos desvencilharmos de interesses próprios e construímos projetos coletivos. Essa é a verdadeira política. Aqueles que só enxergam o próprio umbigo que sumam da vida pública, estes não nos servem!

Termino sugerindo a interessante ideia de que os nossos vereadores de Capelinha esclarecessem sobre o “mensalão municipal” supostamente ocorrido na nossa cidade. Há várias versões e uma só verdade, e é desta verdade que o povo quer e precisa saber. E ninguém melhor do que eles para nos informar sobre isso. Afinal, transparência é um dos principais instrumentos para legitimar a democracia. E que aproveitassem a oportunidade para nos informar sobre a “morte da oposição”, será que isso realmente aconteceu? Tomara que não, ausência de oposição é sinônimo da decadência da nossa tão “perrengue” democracia. Um Feliz 2011 cheio de paz e saúde a todos os leitores. É o que desejo.

Um convite à política

Artigo publicado no Jornal "A Cidade" de Capelinha-MG
Por Alexandre Macedo

Quando se fala em política, o primeiro pensamento que nos ocorre é aquele que nos leva a associar política com eleições e voto. Esta é uma forma de expressá-la, mas votar é o mínimo que nós podemos fazer. Política é muito mais! A política está inserida em todos os espaços; em casa, na escola, no trabalho, na rua e em todos os lugares, Aristóteles já dizia que “o ser humano é um animal político.”



É impossível pensar nossas vidas sem a política, estamos a todo o momento expostos a ela. Mas quero chamar atenção para uma política no qual não devemos abrir mão, falo da nossa participação na administração da cidade.



Muitas vezes reclamamos da atuação dos prefeitos e vereadores, dizemos que não fazem nada, que roubam, etc., mas e nós cidadãos? O que estamos fazendo para que isto não aconteça? É nosso papel fundamental participar da construção política de nossa cidade, afinal somos democracia e nela quem manda é o povo! Prefeitos e vereadores são apenas os “representantes” de nossas necessidades, estão à nosso serviço, são bem pagos com o dinheiro do nosso IPTU, luz, água, IPVA, ICMS, telefone, alimentos e tantos outros. Será que todos nós sabemos que no preço de todas as coisas que consumimos estão inseridas taxas de impostos que chegam até 65% do valor do produto? É isso minha gente, é por isso que nosso salário não rende e é papel dos municípios suprir com todas as outras demandas (habitação, lazer, educação, saúde, cultura, saneamento básico, assistência social, etc.) que fogem do poder de nossa renda.



Podemos ter a certeza que a qualidade de vida da população sempre se eleva quando o povo participa politicamente da administração das cidades. E isso não é coisa de outro mundo. Basta apenas participar de associações de moradores, ir às reuniões de câmara, cobrar dos vereadores e prefeitos as promessas da eleição, participar dos conselhos de saúde, educação, assistência social e outros. Uma cidade só se desenvolve assim. Agora, esperar que as melhorias que esperamos virão pela “boa vontade” de nossos representantes não é nada mais que uma grande ilusão. Em cidades onde o povo não participa, acontece sempre aquela velha história: Corrupção, corrupção e corrupção...

Educação: avanços e retrocessos do governo Lula


















A expansão das universidades federais não impediu o crescimento do ensino superior privado e nem a mercantilização da formação. Entrevistas com Moacir Gadotti (Instituto Paulo Freire), Roberto Leher (UFRJ), Augusto Chagas (UNE), Camila Lisboa (Assembleia Nacional dos Estudantes-Livre), Clara Saraiva (Anel), Lisete Arelaro (USP). Ilustrações: Carvani

Por Gabriela Moncau e Otávio Nagoya

Encerrado o ciclo de oito anos do governo Lula da Silva, se faz necessário voltar o olhar para as políticas implementadas em âmbito federal a fim de se estabelecer um balanço crítico e embasado a respeito dos avanços e retrocessos do período. No que se refere à política educacional, o governo do PT pôs em prática uma série de mudanças significativas como o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), o Novo Enem, o acréscimo de um ano no ciclo do ensino fundamental, a Reforma Universitária que engloba programas e medidas provisórias como o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), o Programa Universidade para Todos (PROUNI), o Ensino à Distância, entre outras, que merecem ser destrinchadas.



Dentre as diferentes avaliações sobre a educação brasileira, uma parece ser consenso: o governo Lula avançou em relação ao governo Fernando Henrique Cardoso (FHC). “Lula avançou bastante em comparação às políticas anteriores. Em primeiro lugar, no acesso ao ensino superior, a expansão das universidades públicas e federais foi extraordinária. O acesso ao ensino médio foi extraordinário também”, relata Moacir Gadotti, presidente do Instituto Paulo Freire.



Em contraposição, para Roberto Leher, docente da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), houve um avanço explosivo do setor privado da durante os últimos oito anos: “Quando FHC concluiu o seu mandato, tínhamos aproximadamente 30% das matrículas no setor público e agora temos em torno de 24%”. Porém, o professor acredita que antes de fazer um balanço do governo Lula, é necessário contextualizar a realidade brasileira com a educação mundial que, para ele, tem substituído seu papel de produção de conhecimento para simplesmente formar uma força de trabalho mais flexível e desregulamentada. “O padrão de educação superior foi mundializado e chegou ao Brasil. Esse padrão compreende, de fato, que a educação é um negócio. Pode ter alguma regulamentação, mas é um campo aberto para lucro”, define.



Financiamento

Durante a década de 1990, os administradores do Estado brasileiro afirmavam que o problema da educação estava relacionado com má organização de gestão. Essa ideia, que permaneceu durante a década de 2000, é rechaçada pelos educadores. O movimento de educação afirma que o maior problema da área é o baixo financiamento. Durante os últimos 20 anos, a parcela do Produto Interno Bruto (PIB) destinada à educação se manteve em torno de 4%. Em 2000, FHC aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE) que, devido à pressão do movimento social de educação, institui que 7% do PIB sejam destinados à educação pública. FHC, no entanto, vetou esse artigo, mantendo os 4%.



A grande esperança dos movimentos de educação com o Governo Lula era a retirada do veto, aprovando 7% do PIB para educação. Segundo Moacir Gadotti, a não retirada do veto por parte de Lula “é uma das reclamações que fazemos, mas ele fez intermediações e pôs um prazo para aumentar. Além disso, triplicou o orçamento do MEC, isso é uma vantagem.” Augusto Chagas, 28 anos, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e estudante de Sistemas de Informação na Universidade de São Paulo (USP), compartilha a opinião de Gadotti: “Temos uma marca muito expressiva que é o aumento real de financiamento da educação nesse período. Em 2002, o orçamento do MEC era de R$20 bilhões, hoje é de R$ 70 bilhões”.



Os setores mais críticos ao Governo Lula apontam que o maior financiamento na educação se deve ao ciclo expansivo da economia brasileira, que ocorreu entre 2005 e 2008. “Não foi um aumento em termos relativos, mas sim em termos absolutos em relação aos gastos da união, que permaneceram os mesmos 4% do governo FHC”, destaca Leher. Para Camila Lisboa, 26 anos, estudante de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro da Comissão Executiva Nacional da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (Anel), o investimento destinado para a educação não é suficiente, já que “o governo gastou 36% do orçamento de 2009 com os títulos da dívida pública. Ao longo dos 8 anos do governo Lula os lucros dos empresários e banqueiros aumentaram 400%”. Também integrante da Comissão Executiva Nacional da Anel, a estudante de Serviço Social de 23 anos Clara Saraiva aponta que o investimento educacional de Lula sofre mudanças de acordo com a situação econômica. “No auge da crise econômica, em 2009, o governo também cortou mais de R$1 bilhão para a educação”, completa.



Um país analfabeto

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2009, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais é de 9,8% da população, correspondendo a cerca de 19 milhões de analfabetos. Comparado a alguns de nossos vizinhos latino-americanos, estamos bastante atrasados: segundo levantamento de 2007, feito pela Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação (Clade), em Cuba a porcentagem é 0,2%, no Uruguai é 1,9% e na Argentina, 2,8. Não à toa, a professora da Faculdade de Educação da USP e pesquisadora na área de política educacional Lisete Arelaro destaca a educação de jovens e adultos, particularmente no que tange a alfabetização, como “uma das grandes decepções em relação ao governo Lula. É uma dívida social e que se esperava que pudesse ter sido enfrentada em outro patamar de qualidade”.



Para Moacir Gadotti, a alfabetização de jovens e adultos representou uma lacuna no governo Lula, “faltou um plano nacional de erradicação do analfabetismo. Aliás, hoje nós temos o mesmo número e analfabetos que tínhamos quando Paulo Freire foi exilado, em 1964.”. Gadotti conta que, no início do mandato petista, Cristovam Buarque foi nomeado Ministro da Educação e criou uma Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo. Ainda em 2003, foi inaugurado o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), com a promessa de erradicar o analfabetismo em quatro anos. No mesmo ano, Buarque é substituído por Tarso Genro e a política de alfabetização é abandonada. “Tarso Genro extinguiu a secretaria e se focou mais na universidade. Em 2005, entra o Fernando Haddad, continuando a política do Genro”, conclui Gadotti.

Confira na íntegra em em http://carosamigos.terra.com.br/

Emergente? Só a cabeça:: Clóvis Rossi













O caminho ainda é longo...

PARIS - Eis o país que Dilma Rousseff vai receber:


1 - Os brasileiros que ganham mais de R$ 10.200 são apenas 3 milhões. Os brasileiros que sobrevivem com menos de R$ 1 mil vão a 79 milhões. Detalhe: estamos falando de renda familiar, não individual. Ou, em porcentagens: apenas 1,5% dos brasileiros habitam o que Elio Gaspari chamaria de andar de cima. Uma massa formidável de 41% mora mesmo é no porão. Outros 40%, pouco mais ou menos, ocupam o andar de baixo. Estatística à parte, o mais elementar sentido comum manda chamar de pobres esses 80%.

 2 - Por incrível que possa parecer, há brasileiros em condição ainda pior, conforme constatou o jornal "O Estado de S. Paulo", ao visitar dados do Ministério de Desenvolvimento Social: "Entre as 12,7 milhões de famílias beneficiárias do Bolsa-Família, 7,4 milhões (58%) encontram-se na faixa de renda entre R$ 70 e R$ 140 mensais por pessoa da família. Dessas, 4,4 milhões (35% do total dos beneficiários) superaram a condição de extrema pobreza com o pagamento do benefício. Mas ainda restam 5,3 milhões (42%) de miseráveis no programa". Posto de outra forma, quase a metade dos pobres entre os pobres não levanta cabeça nem mesmo com a ajuda do governo, de resto indispensável para que pelo menos não morram de fome.

 3 - Dispenso-me de rememorar os dados desastrosos sobre educação, divulgados esta semana e já abundantemente comentados. Fico apenas na constatação de que o desnível educacional entre a escola dos mais ricos e a dos mais pobres é uma forma de perpetuar as condições acima descritas. Dá para dizer que um país assim é emergente? Só pelo critério usado pelo pesquisador Francisco Soares (UFMG): "É como se tivéssemos tirado a cabeça fora d"água, mas a praia ainda está muito longe

Confira essa matéria na íntegra em http://gilvanmelo.blogspot.com/

O que é política?

A história da água engarrafada

A história dos cosméticos

Os 10 mandamentos do consumidor Eco-Friendly, por Paulo Roberto Al-Assal

Minimizar o consumo é a forma mais socialmente responsável de agir


Com a crise econômica mundial, a busca por uma vida sustentável se tornou ainda mais latente. As pessoas estão repensando valores e atitudes; reposicionando o modo de viver e avaliando o impacto dos hábitos de consumo na saúde econômica e socioambiental do planeta. Pesquisas conduzidas pela Voltage em vários países e estudos de vários especialistas mundiais no tema são unânimes ao mostrar que minimizar o consumo é a forma mais socialmente responsável de agir. Na prática, qualquer atividade humana gera impacto, portanto, não existem produtos totalmente sustentáveis; o que temos são produtos que geram menos ou mais impacto ao meio ambiente.

Diante dessa constatação, há um movimento forte em diversas partes do globo que tem impelido o indivíduo a adotar o consumo consciente como parte da rotina. Há vários indicadores desses novos ventos que têm arejado o consumo nacional e nternacional. Um estudo destacado no LS:N Global (LifeStyle News Network) - portal internacional de tendências da The Future Laboratory, representado com exclusividade no Brasil pela Voltage - aponta que fatores como mudanças climáticas, recessão, mercados em processo de fragmentação, consumidores críticos e com habilidades na internet têm revolucionado o setor de hotelaria. Esse consumidor, além de optar por hoteis e resorts ambientalmente responsáveis, valoriza os que possuem equipamentos e dispositivos neutros em carbono. O conceito de "eco-friendly" defende a fidelização do cliente por meio da responsabilidade socioambiental que substitui o turismo predatório.

E o que caracteriza um consumidor eco-friendly? Antes de tudo, a disposição para incorporar o conceito do consumo responsável no cotidiano e o comprometimento em estar atento para identificar produtos, serviços e comportamentos de consumo que são de fato eco-friendly. Fugir das "armadilhas pseudo-verdes" é uma tarefa diária!

Como alusão à necessidade de uma nova conduta, criei 10 mandamentos do "consumidor-verde", que na verdade são dicas para não cair nas armadilhas do consumo pseudo-correto.

MANDAMENTO 1, “REUTILIZE”:
Opte por produtos duráveis, ou seja, por mais que sejam práticos, os produtos descartáveis são danosos ao meio ambiente e geram um lixo desnecessário. Ao adquirir material de escritório, por exemplo, escolha os que permitem recargas: cartuchos de impressão, pilhas e baterias recarregáveis. Reutilizar é a palavra de ordem!

MANDAMENTO 2, “RESISTA”:
Abra mão de sacos, papéis, caixas e envelopes como forma de transportar compras. Esse “lixo do futuro” polui o lençol freático, entope bueiros e exige muita matéria-prima para a fabricação. Adote as eco-bags, mas resista àquelas não produzidas com material reciclável. As “falsas eco-bags” também causam dano à natureza.

MANDAMENTO 3, “APOIE”:
Muitas empresas e organizações-não governamentais investem em produtos recicláveis; ambientalmente corretos. Adquirir esses produtos – identificados em vários supermercados – é um ato de consumo consciente. O Pão de Açúcar, por exemplo, possui desde 2002 o projeto Caras do Brasil, responsável por comercializar produtos sustentáveis de cerca de 70 ONGs.

MANDAMENTO 4, “POUPE”:
Em casa, adote o uso racional de água e luz. Quando for adquirir produtos como lâmpadas, por exemplo, cheque se o supermercado possui as que aumentam a eficiência do consumo; as fluorescentes. As incandescentes usam apenas 10% da energia consumida pelas convencionais – que desperdiçam 90% da energia com a produção de calor. A economia das lâmpadas fluorescentes chega a 80% e a vida útil é de oito mil horas versus mil horas das incandescentes.

MANDAMENTO 5, “SE INFORME”:
Você sabe a procedência da carne que consome? Você sabia que supermercados como Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart anunciaram a decisão de suspender a compra de carnes produzidas em fazendas envolvidas com o desmatamento da Amazônia? Recentemente, o Greenpeace divulgou um relatório com informações que ligavam a produção de couro e carne com o desmatamento ilegal. Sem informação, o consumidor não pode ser consciente e atuante. Mas, com a informação certa, pode ser um consumidor melhor; um cidadão melhor. Para consumir informação de qualidade, acesse (via internet, imprensa etc) organizações como o Instituto Ethos, Akatu, Abrinq, Greenpeace, Idec, Pro Teste, Procon, Compra Consciente, Reclame Aqui… Essas entidades disponibilizam informação de qualidade e gratuita!

MANDAMENTO 6, “INVESTIGUE”:
Você sabe o que está por trás da marca que consome? Quais são as práticas e processos? Qual o envolvimento das suas marcas preferidas com ações sustentáveis? É tarefa do consumidor “investigar” o impacto ambiental e as ações de marketing sustentável das marcas preferidas. Ao adquirir produtos de empresas socialmente responsáveis você está exercendo o papel de agente de transformação da sociedade. Com o advento da internet e a globalização da informação, você sabe exatamente como, onde e de que forma a marca produz.


MANDAMENTO 7, “LEIA EMBALAGENS”:
Parte principal do cuidado para evitar comprar falsos eco-friendly passa pela leitura das embalagens. Os produtos com credenciais eco-friendly tornam essas características claras no nome, design, embalagem. Produtos que foram produzidos de maneira responsável costumam “reportar” ao consumidor; os ingredientes ou processos de produção são diferentes dos produtos ‘padrão’ da categoria. Como exemplo, a linha ‘bio pure’ possui nome e design que remetem à pureza e à origem orgânica. Mas, a maioria da linha usa os mesmos ingredientes que cosméticos comuns, não há indício nenhum de serem produzidos de forma ambientalmente responsável.

MANDAMENTO 8, “SEJA BRASILEIRO”:
Opte por produtos nacionais, especialmente da região do país em que você reside. Isso porque quanto maior a distância percorrida pelo produto para chegar ao supermercado, maior a emissão de carbono gerado pelo transporte. Produtos importados geram emissões maiores, pois exigem embalagens mais reforçadas.

MANDAMENTO 9, “SEJA NATURAL”:
Os produtos orgânicos devem ser privilegiados na compra porque o modelo tradicional de agricultura de larga escala é insustentável para o meio ambiente, consumidores e produtores. Problemas de erosão, baixa produtividade das terras e culturas, doenças como vaca-louca, febre aftosa e contaminação por dioxina fizeram com que a opinião pública prestasse mais atenção para onde caminha nossa alimentação. Vários estudos têm mostrado que os agricultores orgânicos que seguem um enfoque agroecológico conseguem resultados satisfatórios em vários aspectos ligados à sustentabilidade. E como identificar os produtos orgânicos? O selo de qualidade orgânico é um indicativo de que os alimentos foram produzidos e processados de acordo com as normas orgânicas, o que significa um adicional de qualidade agronômica quando comparado ao alimento convencional. Como exemplo, cito os produtos Korin. Em parceria com o Centro de Pesquisa Mokiti Okada, a Korin Agricultura Natural, mantém um programa de pesquisas para desenvolvimento da agricultura natural. São feitas pesquisas para o manejo de aves e a produção de hortifrutigranjeiros (frutas, verduras, legumes e ovos), com alto padrão de qualidade, absolutamente naturais, sem a utilização de agrotóxicos ou adubação química.

MANDAMENTO 10, “CERTIFIQUE-SE”:
Uma alusão à necessidade do consumidor consciente se familiarizar com certificações ecológicas/orgânicas; selos que certificam a sustentabilidade de produtos. Com critérios distintos, os selos não garantem o impacto mínimo do produto, por isso, é importante saber quais os critérios de cada um para conceder a chancela aos produtos. Existem produtos importados comercializados no Brasil que receberam certificação ecológica de organizações estrangeiras. Um exemplo é o rótulo ecológico da União Européia que pode ser encontrada nesta gama de produtos de limpeza, vendida no Brasil. Entre as certificações, destaco a Associação de Certificação Instituto Biodinâmico (IBD); a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Associação de Agricultura Orgânica, entre outros.


* Paulo Roberto Al-Assal
Fundador e diretor-geral da Voltage - agência de pesquisa qualitativa, pioneira no Brasil no estudo do comportamento humano de forma artesanal sob as perspectivas do hoje e do amanhã -, Paulo Al-Assal é formado em Administração de Empresas e Economia pela Colorado State University, possui pós-graduação em Marketing (Colorado State University) e em Marketing de Entretenimento e Branding (New York University). O executivo atuou no mercado financeiro nos bancos Itamarati, Sudameris e Credibanco, além de ser sócio-fundador da Impact Sports Marketing, agência de marketing esportivo. Al-Assal liderou projetos para empresas como Unilever, Nivea, Carrefour, Pão de Açucar, Tetra Pak, ABN AMRO Bank, Kraft Foods, GM, Wal Mart, Red Bull, Philips, Africa, Telefonica, Grupo Estado, Banco Real, Coca Cola, entre outras. Como parte do aperfeiçoamento profissional, é um estudioso das disciplinas psicologia, sociologia, antropologia e filosofia. http://www.voltage.com.br/
 
Fonte: http://www.incorporativa.com.br/mostranews.php?id=2371

O livro: Cabeça Bem-feita de Edgar Morín

No livro “A Cabeça bem Feita”, Edgar Morin fala que “o conhecimento da complexidade humana faz parte do conhecimento da condição humana, e esse conhecimento nos ensina a viver, ao mesmo tempo, com seres e situações complexas”.

“É o romance que expande o domínio do dizível à infinita complexidade de nossa vida subjetiva, que utiliza a extrema precisão da palavra, a extrema sutileza da análise, para traduzir a vida da alma e do sentimento”.

“A verdadeira vida está na plenitude de si e na qualidade política da existência, porque viver exige, de cada um, lucidez e compreensão ao mesmo tempo, e mais amplamente, a mobilização de todas as aptidões humanas e as verdadeiras conquistas do ser humano é a de nos por em condições de enfrentar as incertezas e, mais globalmente, o destino incerto de cada indivíduo e de toda a humanidade”.

“Seja como for, a vida só pode ter nascido de uma mistura de acaso e de necessidade, cuja composição não sabemos dosar.  Ainda estamos profundamente inseguros quanto ao caráter  inevitável ou fortuito, necessário ou miraculoso, do aparecimento da vida; e essa incerteza se reflete evidentemente no sentido de nossas vidas humanas”.

“Conhecer e pensar não significa chegar a uma verdade absolutamente curta, mas dialogar com a incerteza”.

“O que chamamos de nossas mudanças de humor são modificações de personalidade.  Não apenas desempenhamos papéis diferentes, mas também somos tomados por personalidades diferentes durante todo o percurso de nossa vida”.

Aos namorados do Brasil
















Dai-me, Senhor, assistência técnica
para eu falar aos namorados do Brasil.
Será que namorado algum escuta alguém?
Adianta falar a namorados?
E será que tenho coisas a dizer-lhes
que eles não saibam, eles que transformam
a sabedoria universal em divino esquecimento?
Adianta-lhes, Senhor, saber alguma coisa,
quando perdem os olhos
para toda paisagem ,
perdem os ouvidos
para toda melodia
e só vêem, só escutam
melodia e paisagem de sua própria fabricação?


Cegos, surdos, mudos - felizes! - são os namorados
enquanto namorados. Antes, depois
são gente como a gente, no pedestre dia-a-dia.
Mas quem foi namorado sabe que outra vez
voltará à sublime invalidez
que é signo de perfeição interior.
Namorado é o ser fora do tempo,
fora de obrigação e CPF,
ISS, IFP, PASEP,INPS.


Os códigos, desarmados, retrocedem
de sua porta, as multas envergonham-se
de alvejá-lo, as guerras, os tratados
internacionais encolhem o rabo
diante dele, em volta dele. O tempo,
afiando sem pausa a sua foice,
espera que o namorado desnamore
para sempre.
Mas nascem todo dia namorados
novos, renovados, inovantes,
e ninguém ganha ou perde essa batalha.


Pois namorar é destino dos humanos,
destino que regula
nossa dor, nossa doação, nosso inferno gozoso.
E quem vive, atenção:
cumpra sua obrigação de namorar,
sob pena de viver apenas na aparência.
De ser o seu cadáver itinerante.
De não ser. De estar, e nem estar.


O problema, Senhor, é como aprender, como exercer
a arte de namorar, que audiovisual nenhum ensina,
e vai além de toda universidade.
Quem aprendeu não ensina. Quem ensina não sabe.
E o namorado só aprende, sem sentir que aprendeu,
por obra e graça de sua namorada.


A mulher antes e depois da Bíblia
é pois enciclopédia natural
ciência infusa, inconciente, infensa a testes,
fulgurante no simples manifestar-se, chegado o momento.
Há que aprender com as mulheres
as finezas finíssimas do namoro.
O homem nasce ignorante, vive ignorante, às vezes morre
três vezes ignorante de seu coração
e da maneira de usá-lo.


Só a mulher (como explicar?)
entende certas coisas
que não são para entender. São para aspirar
como essência, ou nem assim. Elas aspiram
o segredo do mundo.
Há homens que se cansam depressa de namorar,
outros que são infiéis à namorada.
Pobre de quem não aprendeu direito,
ai de quem nunca estará maduro para aprender,
triste de quem não merecia, não merece namorar.


Pois namorar não é só juntar duas atrações
no velho estilo ou no moderno estilo,
com arrepios, murmúrios, silêncios,
caminhadas, jantares, gravações,
fins-de-semana, o carro à toda ou a 80,
lancha, piscina, dia-dos-namorados,
foto colorida, filme adoidado,,
rápido motel onde os espelhos
não guardam beijo e alma de ninguém.


Namorar é o sentido absoluto
que se esconde no gesto muito simples,
não intencional, nunca previsto,
e dá ao gesto a cor do amanhecer,
para ficar durando, perdurando,
som de cristal na concha
ou no infinito.


Namorar é além do beijo e da sintaxe,
não depende de estado ou condição.
Ser duplicado, ser complexo,
que em si mesmo se mira e se desdobra,
o namorado, a namorada
não são aquelas mesmas criaturas
que cruzamos na rua.
São outras, são estrelas remotíssimas,
fora de qualquer sistema ou situação.
A limitação terrestre, que os persegue,
tenta cobrar (inveja)
o terrível imposto de passagem:
"Depressa! Corre! Vai acabar! Vai fenecer!
Vai corromper-se tudo em flor esmigalhada
na sola dos sapatos..."
Ou senão:
"Desiste! Foge! Esquece!"
E os fracos esquecem. Os tímidos desistem.
Fogem os covardes.
Que importa? A cada hora nascem
outros namorados para a novidade
da antiga experiência.
E inauguram cada manhã
(namoramor)
o velho, velho mundo renovado.

(Carlos Drummond de Andrade)