“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. A advertência de Rui Barbosa (1849-1923) parece muito atual, e o risco é o descrédito com a política, as instituições e os valores.
A palavra “política” compreende muitos significados. Esse termo pode se referir tanto às práticas adotadas por uma pessoa ou instituição como também pode representar a arte do bem governar, de cuidar das coisas públicas. Mas, neste artigo vamos tratar de política quanto ao seu sentido eleitoral. Muitos dizem que a odeiam, que querem distância dela, que é suja, etc. Na verdade, toda essa ojeriza não é quanto à política, mas sim devido à politicagem. É quanto à politicagem que devemos sentir apatia e lutar para que ela desapareça de nosso meio.
A cada período de eleições sempre conhecemos novos politiqueiros mercenários com suas habilidades e disfarces, enganando a população com falsas promessas e demagogias.
O verdadeiro sentido da política consiste em despertar nas pessoas o papel de cidadãs, ou seja, em convidá-las a participar das decisões, conscientizá-las de seus direitos, fazer com que elas se sintam construtoras da sociedade em que vivem. Dessa forma, elas aprenderão a amar aquilo que ajudaram a construir, fazendo com que a política encontre na real democracia seu verdadeiro significado. Essa maneira de entender a política faz com que ela se torne ética, buscando o bem supremo.
Sendo ética, a atividade política incorpora uma função pedagógica de transformação dos homens em cidadãos, ou seja, em pessoas participativas capazes de transformar toda e qualquer realidade.
Alexandre Fernandes Macedo
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