Revoltados, derrubaram um dos portões de entrada e ocuparam o Plenário por cerca de meia hora, tomando conta das galerias. Foi a terceira vez que movimentos sociais se reuniram para protestar contra os casos de corrupção, edição de diários secretos e contratações irregulares no Legislativo paranaense.
“A manifestação conta com o apoio de estudantes de diversas escolas de Curitiba. Queremos que os desvios de verba e as contratações de funcionários mortos e fantasmas na Assembleia sejam apurados com rigor. Porém, isso só vai acontecer se toda Mesa Diretora e o presidente do local, Nelson Justus, forem afastados. Eles não podem interferir em um processo de investigação que vai afetar o próprio futuro político. Para que os fatos sejam apurados de forma adequada, primeiro temos que tirá-los do poder”, disse o tesoureiro geral da União Brasileira dos Estudantes, Rafael Clabonde.
Sobre a ocupação do plenário, o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes, Adriano Matos, afirmou que a mesma só foi realizada porque os jovens foram barrados.
“Na teoria, a Assembleia Legislativa é a casa do povo. Porém, o povo é impedido de entrar quando chega até ela. A invasão é para mostrar nossa insatisfação com as irregularidades verificadas no local e informar que queremos a instauração de uma auditoria pública independente e a exoneração dos funcionários fantasmas”, afirmou.
Segundo Adriano, se as exigências não forem atendidas, os estudantes podem vir a ocupar a Assembleia Legislativa novamente nos próximos dias, desta vez por tempo indeterminado.
A manifestação foi apoiada pela Coordenação dos Movimentos Sociais, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT). “Com as manifestações, nossa intenção é que o escândalo na Assembleia Legislativa do Paraná não fique impune. A população brasileira ficou chocada com os duzentos atos secretos no Senado. Porém, na Assembleia Legislativa do Paraná, se fala em cerca de 2 mil. Isto não pode passar batido”, comentou o presidente da CUT-PR, Roni Anderson Barbosa.
Antes da manifestação na Assembleia, o “movimento Caça-fantasmas”, como ficou conhecido o grupo de protestantes, passou pelo Ministério Público Estadual e pelo Tribunal de Contas do Estado, onde protocolou documentos pedindo que os casos de desvios de verba e contratações de funcionários mortos e funcionários fantasmas na Assembleia sejam rigorosamente apurados.
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