Protagonismo popular

Por Alexandre Macedo


Segundo o dicionário Aurélio, a palavra “protagonista” significa personagem principal, ou seja, é aquele que possui o papel mais importante da história que se apresenta. Numa história há diversos papéis, uns mais importantes e outros menos relevantes. Há alguns que preparam o cenário e aqueles que cuidam dos ensaios, existe ainda aquele que, se não existissem, o espetáculo não teria por que acontecer, essa é a platéia. Na platéia há crianças, jovens e adultos, uns conversam e outros ficam concentrados para não perderem nenhum milésimo de segundo do espetáculo. Estes que ficam atentos não escondem no olhar o desejo de também fazerem parte da história, não se contentam em apenas assistir, querem participar do enredo.

Enfim, essa é a nossa vida. Nossa existência é a mais bela das histórias, a cada dia temos a oportunidade de criar e recriar nossos atos para que depois obtenhamos um final feliz. Para que a história aconteça de maneira tranqüila, é preciso que cada um cumpra devidamente o seu papel. Quando alguém não exerce com responsabilidade sua função, outros terão que exercer, pois, ao contrário, a história não acontecerá de maneira completa.

Faço essa comparação para suscitar nossa atenção quanto ao nosso papel de cidadãos. A democracia é o espetáculo que nos espera, os cidadãos são os personagens pelo sucesso dele. A nossa democracia no papel é mais emocionante de todas as histórias, mas para sair da teoria é preciso atores e atrizes que façam com que essa história se torne real.

Desde o ano de 1988, após o período da ditadura, o nosso país obteve o maior presente de todos os tempos; a Constituição Federal, conhecida como “Carta Cidadã”. Com ela se deu no país a instituição da democracia. Em seu parágrafo 1º ela diz: “Todo poder emana do povo!”. Ou seja, somos nós cidadãos que decidimos o que deve acontecer nas nossas cidades. Este foi um momento de muita alegria para o país, pois muitas pessoas entregaram suas vidas em lutas contra a ditadura para que esse documento fosse criado. É na Constituição Federal que aprendemos sobre nossos direitos, tomamos consciência deles e adquirimos o poder de cobrá-los de nossos representantes. Eles são obrigados a cumprir a lei, pois ao contrário, podem ser punidos por negligência através de denúncias do povo ao Ministério Público representado pelo promotor de Justiça.

Atrevo-me a dizer que não nos tornamos cidadãos de verdade enquanto não tomarmos conhecimento da Constituição Federal, ela é a nossa arma mais poderosa contra a corrupção. Cidadãos conscientes de seus direitos são imbatíveis, podem conseguir o que reivindicarem desde que suas reivindicações sejam de caráter coletivo visando o bem-estar de todos. Para conhecer a Constituição basta acessar qualquer biblioteca ou site. É preciso urgentemente tomar conhecimento dela.

Enfim, já decidiu em que lugar da historia vai atuar? Você será um personagem que contribui para a construção dos fatos ou ficará apenas assistindo tudo acontecer? Sendo ainda mais claro, pergunto: Participamos da administração de nossas cidades cobrando melhorias e transparência nas ações de prefeitos e vereadores? Nos preocupamos com o progresso da cidade, com a eliminação da pobreza através de geração de empregos ou ficamos contentes em ver apenas a distribuição de cestas básicas que em nada muda a vida das pessoas?

Se nós não participarmos da vida política em nossas cidades, a história sempre se repetirá (e isso cansa...). Vai ser sempre aquela história de roubalheira, descaso e incompetência. Vamos lá meu povo! É hora de mudar isso! Que tal começarmos pela Constituição Federal?

Assim tenho a certeza de que nossas vidas terão muito mais sentido, pois contribuiremos para que a justiça, a igualdade, a fraternidade esteja sempre presente em nossas cidades e agir assim, é colaborar para que o Reino que Jesus Cristo desejou aconteça no meio de nós. Afinal, ser cristão é lutar por um mundo livre de toda injustiça e desigualdade.

Termino parabenizando aos demais vereadores de Capelinha pela implantação, recentemente, do Parlamento Jovem. Projetos como esses fará o progresso caminhar a passos largos e, com certeza, dará ao povo o sentimento de cidadania, orgulho, realização e alegria de habitar em cidades construídas por seus sonhos e ideais.


(Artigo publicado na Revista Sou + Minas -Capelinha/MG - Edição de Junho-2010)

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