Perguntas que sempre nos acompanha ao longo de nossa existência: De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos?


Estas são três perguntas que atravessam a vida da humanidade de todos os tempos. Estão ligadas ao nascer da Filosofia. Batem em nosso coração de tempos em tempos. Causam até hoje espanto.
         
O filósofo alemão M. Heidegger reduzia-as a uma pergunta ainda mais concisa, absolutamente fundamental. Por que existem as coisas e não o nada? Enfim, por que existimos? Por que estamos aqui?
         
Outro filósofo, também alemão, I. Kant fazia-se quatro perguntas em torno da mesma angústia existencial: Que posso conhecer? Como devo comportar-me? Que me é permitido esperar? Quem é o homem?
         
Acompanhados com filósofos de tamanho peso histórico, não é infantil que nos façamos hoje, mais uma vez, essas perguntas. O primeiro início de resposta podemos encontrar no maior filósofo de todos os tempos: Platão. É isso mesmo, lá de Atenas, na passagem do V para o IV século antes de Cristo, o discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, escrevia que no início de todo pensar está uma atitude de admiração.
         
O poeta alemão Goethe”, octogenário, no crepúsculo de sua existência, exclama: “Eis que existo para admirar! O grau supremo a que o homem pode chegar é a admiração”. O primeiro gesto de admiração é que existimos. Somos uma realidade e não ficamos perdidos eternamente na obscuridade total do nada.
         
Então, de onde viemos? Do Ser e não do nada. Onde moramos? Na casa do Ser, diria Heidegger. Para onde vamos? Para habitar junto ao Ser. Só que este Ser tem nome. Não é uma realidade diluída e obscura. É um mistério pessoal de infinita densidade. Aliás são três, para os cristãos: Pai, Filho e Espírito Santo. Trindade augusta da qual viemos, na qual habitamos e para a qual caminhamos. Por isso nossa vida toda ela tem sentido, tem beleza, mesmo na dor, no sofrimento, na escuridão.
         
De onde viemos? Da harmonia e não do ruído. Onde habitamos? Na música e não no barulho? Para onde caminhamos? Para a sinfonia, e não para a desafinação.


Julio César 
Cientista da Religião e Antropólogo.
Twitter: @jcientista

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