
Próximo de lá, morava um jovem de nome Salomão Borges Filho, ou simplesmente Lô, como fora apelidado. Lô, que era filho do meio entre onze filhos, e a esquina próxima à sua casa, seriam imortalizados. Começava a se desenhar o Clube da Esquina.
O Clube contou em sua totalidade com quarenta e um integrantes, mas a maioria desses componentes não teve relação direta com os trabalhos do Clube. Eis aí uma forte característica do grupo: não era algo fechado, burocrático. Todos podiam dar opinião e contribuições. Foi inicialmente representado por Milton Nascimento, Wagner Tiso, Fernando Brant, Nivaldo Ornelas, Paulo Braga, Toninho Horta e Márcio Borges. Algum tempo depois, Flávio Venturini, Lô Borges, Beto Guedes, Celso Adolfo e uma verdadeira constelação de compositores, intérpretes e colaboradores foram sendo agregados.
Para melhor entender a época abordada, faremos uma breve contextualização política e cultural.
O Brasil vivia, desde 1964, uma ditadura militar, e direitos básicos como a liberdade de imprensa e de expressão foram fortemente podados. Nos Estados Unidos, o movimento hippie ganhava força, assim como o movimento feminino e os beatniks. Na França ocorreu o lendário maio de 1968.
Na música, o rock’n’roll era a sensação do momento. Grupos como Rolling Stones, Beatles, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, ditavam as regras do inovador estilo em voga. O Rock’n’roll, que se baseava no blues dos negros americanos, com guitarras distorcidas e com maior velocidade, se destacava também por suas letras de protesto – assim como sua atitude.
Entre os tupiniquins, a Bossa Nova havia surgido no fim da década de 1950. O termo designa um movimento que misturava samba e jazz. Possui forma específica de ser tocada, com batida inconfundível e acordes dissonantes, além de ser cantada suavemente. A Jovem Guarda tentara absorver a influência do rock americano, e tornou-se febre em meados da década de 1960. Seu ritmo ficou conhecido como iê-iê-iê e utilizava-se de letras descontraídas, voltadas para o público adolescente. Por fim, a Tropicália, ou Tropicalismo, foi uma manifestação em diversas áreas culturais, mas se destacou na música, com fortes posturas comportamentais.
Em meio a tanto reboliço e apreensão, esses jovens se encontraram, fortaleceram seus laços, e lançaram os dois trabalhos: Clube da Esquina, de 1972, e Clube da Esquina 2, de 1978.
Confira a história em QUADRINHOS do clube da esquina nesse link:
http://www.museudapessoa.net/clube/clubeemquadrinhos/#
Confira aqui também um videozinho no qual eu tento tocar Clube da Esquina n°2.
http://www.youtube.com/watch?v=bgZuDH0N7Zk&layer_token=df09d450cb5f11c2
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