O Clube da Esquina

No início da década de 1960, jovens músicos iniciaram uma série de encontros despretensiosos. Amigos que se conheceram aos poucos, de vários lugares, mas que se cruzaram em Belo Horizonte, iriam provocar uma revolução musical. Freqüentadores assíduos de bares, restaurantes e pontos boêmios, criaram várias referências na ainda jovem capital mineira. Mas o lugar que realmente tem as suas caras é certo cruzamento, entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Tereza.

Próximo de lá, morava um jovem de nome Salomão Borges Filho, ou simplesmente Lô, como fora apelidado. Lô, que era filho do meio entre onze filhos, e a esquina próxima à sua casa, seriam imortalizados. Começava a se desenhar o Clube da Esquina.

O Clube contou em sua totalidade com quarenta e um integrantes, mas a maioria desses componentes não teve relação direta com os trabalhos do Clube. Eis aí uma forte característica do grupo: não era algo fechado, burocrático. Todos podiam dar opinião e contribuições. Foi inicialmente representado por Milton Nascimento, Wagner Tiso, Fernando Brant, Nivaldo Ornelas, Paulo Braga, Toninho Horta e Márcio Borges. Algum tempo depois, Flávio Venturini, Lô Borges, Beto Guedes, Celso Adolfo e uma verdadeira constelação de compositores, intérpretes e colaboradores foram sendo agregados.

Para melhor entender a época abordada, faremos uma breve contextualização política e cultural.

O Brasil vivia, desde 1964, uma ditadura militar, e direitos básicos como a liberdade de imprensa e de expressão foram fortemente podados. Nos Estados Unidos, o movimento hippie ganhava força, assim como o movimento feminino e os beatniks. Na França ocorreu o lendário maio de 1968.

Na música, o rock’n’roll era a sensação do momento. Grupos como Rolling Stones, Beatles, Jimi Hendrix, Led Zeppelin, ditavam as regras do inovador estilo em voga. O Rock’n’roll, que se baseava no blues dos negros americanos, com guitarras distorcidas e com maior velocidade, se destacava também por suas letras de protesto – assim como sua atitude.

Entre os tupiniquins, a Bossa Nova havia surgido no fim da década de 1950. O termo designa um movimento que misturava samba e jazz. Possui forma específica de ser tocada, com batida inconfundível e acordes dissonantes, além de ser cantada suavemente. A Jovem Guarda tentara absorver a influência do rock americano, e tornou-se febre em meados da década de 1960. Seu ritmo ficou conhecido como iê-iê-iê e utilizava-se de letras descontraídas, voltadas para o público adolescente. Por fim, a Tropicália, ou Tropicalismo, foi uma manifestação em diversas áreas culturais, mas se destacou na música, com fortes posturas comportamentais.

Em meio a tanto reboliço e apreensão, esses jovens se encontraram, fortaleceram seus laços, e lançaram os dois trabalhos: Clube da Esquina, de 1972, e Clube da Esquina 2, de 1978.

Confira a história em QUADRINHOS do clube da esquina nesse link:
http://www.museudapessoa.net/clube/clubeemquadrinhos/#


Confira aqui também um videozinho no qual eu tento tocar Clube da Esquina n°2.
http://www.youtube.com/watch?v=bgZuDH0N7Zk&layer_token=df09d450cb5f11c2

Juventude e política

Falar em política para a maioria dos jovens pode significar hoje sinônimo de apatia. "Essa apatia política é conseqüência da extrema agressividade com que a sociedade trata a juventude. As autoridades públicas não se mobilizam para garantir proteção ao jovem", explica Augusto Caccia-Bava Júnior, professor do Departamento de Sociologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara.



O desinteresse do adolescente pela política é refletido nos movimentos estudantis secundaristas e universitários. Segundo Caccia-Bava, a juventude que está formalmente constituída em partidos políticos poderia ser mais participativa, mas atua mais como cabo eleitoral. Ele acredita que algumas instituições partidárias e organizações não governamentais neutralizam a possibilidade de maior participação dos jovens na política. "Os jovens precisam voltar a constituir ideais", disse.


Nas décadas de 50 e 60, houve grande mobilização política dos jovens em movimentos pela paz e de combate à pobreza. "Com o golpe militar em 1964, tudo se interrompeu", diz. "Em meados da década de 80, houve a perspectiva da redemocratização do país."


O movimento dos caras-pintadas em protesto ao governo de Fernando Collor de Melo entrou para a História pela ousadia e persistência dos jovens. "A década de 90 é uma década de retomada política, no sentido de movimentos de resistência à corrupção", diz o professor.


DIFERENCIAL - Países latinos, como Argentina, Uruguai, Chile e Peru mantêm políticas juvenis relacionadas à cultura e cidadania na perspectiva profissional. De acordo com Caccia-Bava, a Argentina, por exemplo, tem organizações de jovens constituídas em âmbito nacional. "Nesses países, os jovens têm seus direitos constituídos", afirma. "O ponto de partida para a formação dos jovens é pensar a partir dos direitos que eles devem ter no Brasil."


Caccia-Bava acredita que não faltam projetos de formação profissional do ponto de vista técnico no país. No entanto, ele destaca que os projetos não estão associados a direitos.


Para se profissionalizar, o adolescente faz cursos do Senac, por exemplo, e dois anos depois é considerado pela empresa brasileira um adulto integrado ao mercado de trabalho. "O processo de profissionalização tecnicamente concebido como existe no país não leva à definição da identidade do jovem do ponto de vista da sua cultura", conclui.


Na opinião do professor, é necessário existir uma pauta de direitos que atendam às necessidades dos jovens. "Toda a política social voltada ao jovem atinge-o de forma periférica", explica o professor, que acredita que a formação profissional não implica exercício da cidadania porque é direcionada ao mercado de trabalho que está em desagregação.

A poesia e eu

Eu sou letra simples
minha caligrafia sou eu
um suburbano, com fé e rebeldia

visionário ou estrangeiro de um país
operário sem medo de ser feliz
de olhos castanhos a olhar pro céu
panfletando minha arte e minha raiz


por isso a poesia não me abandonou, nunca
me deixou
por isso a poesia não me abandonou

eu, somente eu
escrito por mim sozinho
ninguém mais do que eu
minha voz, sou eu sozinho

de fato é difícil conviver assim
com tudo aquilo que eu quero de mim
de fato é pesado ter que aceitar
toda realidade que sinto no ar

( Kim-Catedral)

Se eu fosse um padre...

Se eu fosse um padre, eu, nos meus sermões,
não falaria em Deus nem no Pecado
— muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas seduções,

não citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terríveis maldições...
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,

Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a infância me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!

Porque a poesia purifica a alma
...e um belo poema — ainda que de Deus se aparte —
um belo poema sempre leva a Deus!

(Mário Quintana)

O que está acontecendo com o mundo?

Muitas vezes me pego a pensar no mundo...O que está acontecendo com ele?
Tenho sempre a sensação de estar rodeados por pessoas que esqueceram de viver e simplesmente existem.Olhares opacos e sem vida,dentes cerrados e cabeça baixa...Pessoas que se arrastam dia após dia e que encaram o amanhecer não como uma dádiva divina,mas como mais um íngreme degrau de uma vida lastimável.

Por favor,alguém me diga!O que está acontecendo com o mundo?

O que é o amor?

Ando pelas ruas, milhares de pessoas
Elas não se olham nem trocam sorrisos
Quanta indeferença...
Afinal,o que é o amor?


Vejo nos jornais,notícias diversas
chacinas,guerras,mortes e outras mais
Quanta dor...
Afinal,o que é o amor?



A incessante busca pelo prazer do dinheiro
levando o mundo inteiro a se globalizar
vejo várias pessoas à margem do sistema
sem,ao menos,água pra tomar.


Andam falando que o mundo carece de amor
talvez possam um dia acabar com a dor
mas como mudar alguma coisa,
se as pessoas não sabem o que é o amor?


Não termino meu poema
sem antes um grande segredo lhes contar
que a maior necessidade do ser humano
é de um dia aprender amar...


Alexandre 18/03/2009

A razão do descartável

Descartei minhas ideias
meus valores meus sonhos...
Nessa cultura do descartável
vou descartando tudo.


Sugo o líquido da embalagem,jogo-a fora
Sugo a saliva de seus beijos e te mando embora
Você se apaixona e te digo sem demora:
Só quero teu prazer...

O amor?Mas,o que é isso?
Descartaram e relativizaram tudo
O amor talvez seja uma ilusão tosca
por isso faça como todos,Descartes...


Alexandre 02/09/09

Liberdade para votar

"O voto não tem preço, tem consequências" (Campanha Voto Cidadão)

As eleições municipais caracterizam-se por uma disputa densa, acirrada e mais controlada pelos agentes da política. A relação estabelecida entre candidatos e eleitores quase sempre pressupõe, como moeda de troca, favores e promessas de cunho pessoal, direto e familiar. Neste contexto, a compra de voto é uma prática recorrente, apesar de proibida. As promessas mirabolantes e oportunistas também são utilizadas na perspectiva de soluções fáceis, para problemas complexos. Corromper e ser corrompido tornam-se atos quase naturais, próprios da atividade política e partidária, em tempos eleitorais.

Nosso povo já tem a consciência de que vender seu voto é vender-se. Sabe que trocar seu voto por algum benefício é abrir mão de sua consciência. Por outro lado, vê nas eleições uma oportunidade única de resolver algum de seus mais eminentes problemas ou dificuldades. Em grande medida, associa compra de votos à ações que envolvem transações de dinheiro, mas não à obtenção de utensílios, vantagens ou bens materiais como uma carga de pedra, um poste de luz, uma oportunidade de emprego, um rancho, uma dúzia de telhas ou de tábuas, uma consulta médica. Para muitos, o período eleitoral torna-se oportunidade de um décimo terceiro ou quarto salário, e que tem prazo para ser cobrado: até o dia da eleição.

O descrédito dos políticos está na base das atividades que geram a corrupção. A facilidade com que os mesmos fazem política, sem levar em conta os interesses da coletividade, descaracterizou a atividade política, confundindo política e politicagem. Estranho é que, aqueles que condenam tais práticas, fazem uso dela para beneficiar-se, contribuindo assim para uma cultura onde o bem-comum é relativizado, prevalecendo sempre a conquista sorrateira e indevida dos favores ou benefícios conseguidos em períodos eleitorais. É igualmente uma ilusão achar que temos liberdade se muitos de nós estão iludidos naquilo que tem de decidir.

Muitos políticos odeiam os que combatem as práticas ilícitas de galgar consciências e votos. Muitos deles detestam os que pregam o voto consciente e cidadão. Mas como posicionar-se contra estes lhes custaria um alto preço, buscam desqualificá-los pessoalmente, saindo da esfera democrática e das idéais para a esfera da desconstituição moral, pública e política.

A desmotivação e o desinteresse da população pela política também é originada pela pouca renovação das pessoas nos cargos do legislativo e do executivo. Eleição após eleição, quase sempre os mesmos é que se elegem, criando assim uma classe profissionalizada de políticos. As câmaras de vereadores acabam sendo pouco representativas pelo número de vereadores que podem ser eleitos, principalmente nas médias e grandes cidades.

O verdadeiro compromisso da democracia deve ser a efetivação dos direitos já conquistados na legislação na vida prática e cotidiana de todos os cidadãos e cidadãs. É preciso revigorar a democracia para o atendimento das necessidades coletivas, orientando os agentes políticos para que suas decisões sejam feitas a favor das maiorias. Os direitos não são benefícios, mas resultado de conquistas da sociedade.

As eleições municipais são uma oportunidade de nos reconhecermos como moradores/habitantes das cidades. Como expressa a campanha da Justiça Eleitoral, "uma cidade é a cara de quem a governa". A verdadeira política é aquela que está em busca de soluções para os nossos maiores problemas. E eleição não é um jogo (como o de futebol), mas tem a ver com o compromisso e o enamoramento que todos nós assumimos com a gente mesmo. Afinal de contas, quem é a cidade senão a sua gente?


Nei Alberto Pies,
professor e militante de direitos humanos.
Endereço eletrônico: pies.neialberto@gmail.com

Amar-se para dar-se...


Você já sabe que amar é dar´se ao outro integralmente, gratuitamente, para construí´lo.É a essência da vida a dois e o fermento que faz o casal crescer. Mas, para que você possa dar´se a alguém, livremente, você precisa possuir´se; ser senhor de si mesmo. As pessoas transformam o amor em egoísmo porque não têm o domínio de si mesmas, e não conseguem dar´se, mas apenas tomar e receber. A grande crise do homem moderno é que ele dominou o macrocosmo das estrelas e o microcosmo das bactérias e dos átomos, mas perdeu o domínio de si mesmo.

Não é mais homem! O senhor do mundo perdeu o controle de si mesmo e geme sufocado sob o peso daquilo que ele criou com a beleza das suas mãos e da sua inteligência. É um escravo da matéria que domesticou! Podemos dizer que há uma desintegração do homem porque ele permitiu que a matéria tomasse a primazia do espírito sobre a sua vida. As descobertas e invenções da moderna tecnologia nos deixam extasiados, seja no campo da informática, da biotecnologia ou da medicina. No entanto, esse homem fantástico que dirige o universo, não consegue dirigir´se a si mesmo.

Como conseqüência disso assistimos os tristes flagelos das guerras, da fome, da violência, etc., que ainda pesam dolorosamente sobre tantos. Não há dúvida de que todos esses problemas já teriam sido resolvidos se o homem tivesse o domínio sobre si mesmo e permitisse que o amor guiasse os seus passos. Não falta comida para todos, não faltam recursos materiais e naturais para sanar os problemas atuais, o que falta é o homem devidamente construído; caminhando de pé, como Deus o fez. Como muito bem mostrou Michel Quoist, no seu belo livro ´Construir o Homem e o Mundo´ (Livraria Duas Cidades, 1976, SP, 26ª edição), o homem está escravizado pela própria matéria que ele domesticou, e seu espírito agoniza... O que será o homem sem a primazia do espírito? Um escravo, escravizado pela própria tecnologia que desenvolveu. Não é somente hoje que isto ocorre. Em proporções diferentes a História Universal mostra que as civilizações caíram (Roma, Grécia, Bizâncio,...) muito mais pelo próprio apodrecimento interior do que por causa das invasões exteriores.

O inimigo externo vence quando o interior está corroído em vista da agonia do espírito sob a matéria. Todo o progresso atual é belo e necessário, mas é preciso resgatar o homem como Deus o quis. Quanto maior for o sucesso do homem, mais a sua espiritualidade precisará crescer para não sucumbir ou se deixar cegar pelo brilho das suas descobertas. O Papa João Paulo II numa de suas primeiras encíclicas: ´Redentor dos Homens´, mostrou bem claro que o homem hoje teme exatamente aquilo que ele criou com o gênio da sua inteligência e de suas mãos; e que isto ocorre porque colocou a técnica sobre a ética e a matéria sobre o espírito.

A conseqüência disso tudo que foi dito acima, é a agonia do amor e a vitória do egoísmo e da morte. Sem ser senhor de si mesmo você não consegue dar´se, não consegue amar. Só consegue ser egoísta. É fácil constatar que hoje as piores doenças começam a ser do espírito, e não do corpo. Cresce o número de psiquiatras e psicólogos e alastra´se a depressão. São as conseqüências dos desequilíbrios de um mundo onde o amor agoniza, porque o homem abandonou Deus.

Maravilhado com os seus feitos, o homem se adora como o seu próprio deus, e por isso deixa´se esmagar pela matéria. Eis a triste realidade hoje: o homem adora as coisas e a si mesmo no lugar de Deus, e inverte a escala dos valores. Então o amor morre. Para que você possa amar de verdade, como Deus quer, é preciso que você caminhe ´de pé´, isto é, respeitando a primazia dos valores: em cima, o espírito; depois o racional; e abaixo o físico. Se o teu corpo domina o teu espírito, então você caminha de cabeça para baixo.

Os três níveis são fundamentais para a vida, mas é imprescindível que a sua hierarquia seja respeitada, sob pena do homem se tornar um perigoso animal. É o corpo que assume o comando quando a sensibilidade é satisfeita sem restrições, ou quando o satisfazemos com todos os prazeres da comida, da bebida, do sexo, que ele exige. Você caminha de cabeça para baixo quando é o corpo que dá as ordens. Aí então vive´se como um verdadeiro animal, apenas para comer, beber, dormir e gozar os prazeres do sexo. É o instinto que comanda, não a razão.

Como uma pessoa dessa pode amar, como pode dar´se, renunciar a si mesmo, se o que importa é a satisfação do ´seu´ corpo? Quando o corpo impera, a razão enfraquece, o espírito agoniza, e o amor perece. Muitas vezes você pode estar andando de cabeça para baixo: ´ quando você capitula diante daquele prato saboroso, e come sem limite...; ´ quando você não consegue tirar o seu corpo da cama na hora certa, e deixa´o dormir à vontade...; ´ quando o prazer do sexo o faz perder a cabeça, e atirar´se a ele descontrolado; sem um compromisso; ´ quando você se atira aos prazeres de todas as formas. Você também pode deixar de caminhar de pé se é a sensibilidade que comanda os seus atos, e não o espírito. É claro que a sensibilidade é importantíssima; ela nos diferencia dos animais; mas não pode ser a imperatriz dos nossos atos. Não podemos ser conduzidos apenas pelo ´sentir´. Se for assim você pode achar que uma pessoa está certa apenas porque lhe é simpática, ou muito amiga, e não porque, de fato, ela tem razão. Seu juízo será parcial e errado.

Sua análise e seu julgamento serão conduzidos pelo sentimento e não pela razão. Você é escravo da sensibilidade se, por exemplo, ´ só aceita participar da missa celebrada por ´aquele´ padre que você aprecia; ou quando qualquer palavra de crítica o ofende, magoa, e deixa´o prostrado na fossa; ´ quando você só reza e só vai à missa quando ´sente´ vontade; ´ quando você fica derrotado porque ninguém notou os seus esforços e ninguém o elogiou; ´ quando você troca o sonho pela realidade; ´ quando não se aceita a si mesmo como você é; ´ quando você não estuda a matéria ministrada por aquele professor que não lhe é simpático.

Nestas ituações, e muitas outras, você pode estar se ´arrastando´ ao invés de caminhar de pé, guiado pelo espírito. Isto só será possível quando o seu espírito, fortalecido pelo Espírito Santo, comandar a sensibilidade e o corpo. A sensibilidade é bela, é ela que faz você chorar diante da dor e do sofrimento do outro, mas ela precisa ser controlada pelo espírito. Um cavalo fogoso pode leva´lo muito longe se você tiver firme as suas rédeas; mas pode jogá´lo ao chão se não for dominado. Se você permitir que o corpo ou a sensibilidade assumam o comando dos seus atos, então você não estará em pé, e não estará preparado para amar como é preciso. Agora você está entendendo melhor porque não é fácil amar; e porque o amor ainda não comanda a vida na terra.

Para amar é preciso possuir´se; e para possuir´se é preciso exercitar o amor. Por isso o namoro é uma bela escola de amor. Se você quiser ser uma pessoa de pé, faça´se sempre esta pergunta: o que me fez agir assim, ou decidir assim, ou reagir daquela forma ? Foram as exigências do seu corpo que falaram mais alto? Foi a sensibilidade que gritou mais alto e venceu? Foi o espírito, guiado pela inteligência, que predominou? É claro que por nossas próprias forças não poderemos caminhar de pé. Jesus avisou que ´o espírito é forte, mas a carne é fraca´. Portanto, você precisa da força de Deus para suportar a sua natureza enfraquecida pelo pecado original. Você pode caminhar de pé, com a graça de Deus, pois o grande Santo Agostinho experimentou na sua vida que ´o que é impossível à natureza é possível à graça´. Não desanime e não se desespere, o Senhor o aguarda para ajudá´lo com a Sua força. Vá a Ele. Tenha a coragem de olhar´se de frente e aceitar a sua realidade atual. Em seguida peça ao Senhor que lhe dê a Sua graça para que você possa ser um rapaz ou uma moça ´em pé´, apto para amar de verdade.

O grande homem...




Mantém o seu modo de pensar independentemente da opinião pública. É tranqüilo, calmo, paciente. Não grita nem se desespera. Pensa com clareza, fala com inteligência, vive com simplicidade. É do futuro, e não do passado. Sempre tem tempo. Não despreza ser humano algum. Causa a impressão dos vastos silêncios da natureza testemunhados pelo céu.

Não é vaidoso. Como não anda à cata de aplausos, jamais se ofende. Possui sempre mais do que julga merecer. Está sempre disposto a aprender, mesmo das crianças. Despreza a opinião própria tão logo verifique o seu erro. Traz dentro de si as antenas da verdade, que não lhe permite deixar´se inchar pelo louvor ou deprimir pela censura.

Não obstante essa equanimidade, não é frio: Ama, sofre, compreende, sorri. O que você possui ´ dinheiro ou posição ´ nada significa para ele. Só lhe importa o que você é. Não respeita usos estabelecidos e venerados por espíritos mesquinhos. Respeita somente a verdade. Tem mente de homem e coração de menino. Conhece´se a si mesmo tal qual é, e conhece a Deus.

Charles Chaplin


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.E então, pude relaxar.Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.Tudo isso é... Saber viver!!!
"Eu continuo a ser uma coisa só: um palhaço, o que me coloca em nível mais alto do que o de qualquer político."

Falar e ouvir, eis a questão!


Vivemos numa sociedade, cuja pressa do capitalismo, torna o ser humano cada vez mais egocêntrico. Cada um está preocupado simplesmente com seus interesses pessoais. Pois, o tempo tornou-se a sua prisão. Por isso, o ser humano está se tornando escravo do tempo e do sistema capitalista. Muitos estão sedentos de atenção. Gritam por alguém que o escute. Mas o egocentrismo humano, e ter o tempo como o mais importante que uma pessoa, tira-lhe a sensibilidade da escuta. Por que não sabemos escutar? Será que é a falta de tempo, ou é nosso egocentrismo que não nos permite?


"Escutar é diferente de ouvir. Ouvimos sons, ruídos ou palavras. Escutar é um ato próprio e exclusivo do ser humano. Ou seja, escutar é um ato consciente, voluntário e livre". Mas podemos pensar: somos nós que controlamos nossas ações, ou somos controlados por elas? Todo ser humano tem necessidade de ser ouvido por alguém. Essa é uma das grandes carências do ser humano: encontrar alguém que doe um pouquinho do seu tempo para o escutar. Quem sabe escutar, sem dúvida, sabe dialogar. Portanto, escutar não quer dizer ficar calado, mas, sim, captar a mensagem emitida pelo outro e respeitar, valorizar e acolher o outro numa autêntica aceitação.


Muitos só param para dispor do tempo, quando morre alguém, pois o vivo incomoda, o defunto não. Controlamos o nosso tempo, ou somos controlados por ele? O que leva o ser humano a não escutar: o egoísmo ou a escravização do sistema que o oprime? No entanto, muitos individualistas dizem que, se o povo passa fome, não tem emprego, moradia, saúde e dentre outras necessidades, o problema não é deles. Mas podemos nos perguntar: se queremos uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária, o problema do outro não é nosso também? Haja visto que, ele faz parte da mesma sociedade, na qual, estamos inseridos. Portanto, eis aqui o grande desafio: a arte de escutar. Pois ela é difícil e requer muito esforço, atenção e constância como toda arte.


Nilton Gonçalves Menezes